domingo, 31 de julho de 2016

Professores do Estado recusam proposta do governo e decidem continuar greve iniciada há 96 dias

Maioria dos profissionais foi contra posição do próprio sindicato.


Reunidos em assembleia na manhã deste sábado (30), professores da rede estadual de ensino decidiram continuar com a greve que completa hoje 96 dias. A categoria rejeitou a proposta do governo e contrariou o próprio sindicato, que defendia o fim da paralisação.
A votação foi feita no ginásio Paulo Sarasate. Antes, os professores ouviram dois posicionamentos contra e dois a favor do fim da greve. Os profissionais não atenderam ao apelo do presidente do Sindicato de Professores e Servidores da Educação e Cultura do Estado e Municípios do Ceará (Apeoc), Anízio Melo, para aceitar as condições colocadas pelo Estado e continuarão de braços cruzados.
A proposta mais recente da Secretaria da Educação do Estado (Seduc) foi feita na noite da sexta-feira (29) e oficializada por email enviado pelo próprio secretário Idilvan Alencar. No comunicado divulgado pela Apeoc estão 14 propostas, que incluem aumentos em gratificações, reajuste salarial de professores temporários e estudo para verificar a necessidade de um novo concurso. Os itens estavam condicionados à volta dos profissionais às salas de aula.
A greve geral por tempo indeterminado foi declarada no dia 20 de abril e iniciada cinco dias depois. Entre as pautas de reivindicação está o pagamento do Reajuste Geral do Servidores de 12,67%, respeitando a data-base de 1º de janeiro. 
Os professores pedem ainda a convocação dos reclassificados do último concurso da Seduc, realizado em 2013, assim como a efetivação dos direitos de estabilidade e progressão horizontal e vertical, ampliação definitiva de carga horária e a implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários.
No dia 6 de maio a paralisação foi suspensa pelo Tribunal de Justiça do Estado (TJ-CE). Na decisão do desembargador Durval Aires Filho foi determinado o retorno ao trabalho 72h após a notificação, sob pena de pagamento de multa de R$ 3 mil por dia de descumprimento. Entretanto, a greve continuou.
Proposta do governo enviada na sexta-feira (29):

1- Regência de Classe: aumento para todos os níveis da carreira para efetivos ativos e aposentados, a partir do vencimento base:


- Graduados: aumento na Regência de 10% para 15% (ativos e aposentados) mais aumento de 50% na PVR;

- Especialistas: aumento na Regência de 15% para 20% (ativos e aposentados);
- Mestres: aumento na Regência de 20% para 25% (ativos e aposentados);
- Doutores: aumento na Regência de 40% para 45% (ativos e aposentados);

2- Professores Temporários: aumento de 5% na remuneração

3- Orientadores e Supervisores Educacionais: criação de gratificação de 5% (ativos e aposentados)

4- Assinatura do Decreto da Descompressão - Nova Carreira do Magistério

5- Promoção especial para todos os professores embarreirados há mais de cinco anos no Nível I para Nível J, com impacto de 5% sobre vencimento base

6- Fim do EMBARREIRAMENTO : o profissional do magistério vai evoluir ao longo de toda a carreira até o último nível, independentemente da titulação;

7 - Promoções com e sem titulação;

8 - Negociação das faltas da paralisação nacional e greve, após o término da greve

9- Publicação e pagamento imediato das ampliações definitivas e promoções

10 - Assinatura e publicação dos processos de estabilidade e outros processos relativos à vida funcional

11- Continuidade dos estudos sobre a remuneração dos servidores do grupo ADO, iniciando com as correções nas distorções financeiras geradas na ampliação de 30 para 40 horas

12 - Garantia dos compromissos assumidos na pauta pedagógica, administrativa e estrutural

13- Calendário de reposição de aulas negociado com o Sindicato APEOC, respeitando a autonomia
das escolas

14- Realização de estudos sobre necessidade de realização de um novo concurso para professor efetivo

A implantação das propostas acima está condicionada à retomadas das aulas.


Fonte: Diário do Nordeste
 

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