O incêndio aconteceu na madrugada desta segunda-feira. Desde o dia 2 de janeiro, o Estado registrou 261 ações criminosas deste tipo.
Depois de cinco dias sem registro de ataques no Estado, um caminhão foi alvo de um incêndio criminoso, na madrugada desta segunda-feira (04), no Bairro Álvaro Weyne, em Fortaleza. Segundo o Corpo de Bombeiros, o incêndio aconteceu por volta das 2h55. A polícia informou que câmeras de videomonitoramento identificaram três homens se aproximando do tanque do veículo com um material.
O dono do caminhão havia carregado o veículo com trigo por volta de
meia-noite, no Bairro Mucuripe, e antes de seguir viagem para Tianguá,
onde deixaria a carga, passou em casa. Foi nesse intervalo que os
criminosos agiram. O caminhão é avaliado em R$ 65 mil e não tinha
seguro; já a carga, avaliada em R$ 30 mil, é coberta por seguro, segundo
informou o irmão do dono do veículo. Ninguém foi preso.
Desde o dia 2 de janeiro, quando começaram as ações criminosas, ocorreram 261 ataques contra
ônibus, carros, prédios públicos, prefeituras e comércios em 50 dos 184
municípios cearenses. As ações começaram em Fortaleza e se espalharam
para a Região Metropolitana e diversas cidades do interior. A Secretaria
da Segurança Pública do Ceará confirmou que 461 pessoas já foram
detidas por envolvimento nas ações criminosas.
Para tentar conter os ataques, o governo estadual convocou 1.200 policiais militares da reserva para reforçar a segurança nas ruas.
O Ministério da Justiça enviou agentes da Força Nacional e reforço da
Polícia Rodoviária Federal para o estado. Policiais militares e agentes
penitenciários de outros estados brasileiros também foram deslocados ao
Ceará após o início dos crimes.
Entenda o que está acontecendo no Ceará
- O governo criou a secretaria de Administração Penitenciária e iniciou uma série de ações para combater o crime dentro dos presídios. O novo secretário, Mauro Albuquerque, coordenou a apreensão de celulares, drogas e armas em celas. Também disse que não reconhecia facções e que o estado iria parar de dividir presos conforme a filiação a grupos criminosos.
- Criminosos começaram a atacar ônibus e prédios públicos e privados. As ações começaram na Região Metropolitana e se espalharam pelo interior.
- O governo pediu apoio da Força Nacional. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, autorizou o envio de tropas; 406 agentes da Força Nacional reforçam a segurança no estado.
- A população de Fortaleza e da Região Metropolitana sofre com interrupções no transporte público, com a falta de coleta de lixo e com o fechamento do comércio.
- A onda de violência afastou turistas e fez a ocupação hoteleira no estado cair.
- 35 membros de facções criminosas foram transferidos do Ceará para presídios federais desde o início dos ataques, segundo o último balanço do Ministério da Justiça.
- Agentes penitenciários apreenderam 2,3 mil celulares nos presídios cearenses durante os ataques.
Ordens partiram de presídios
Áudios compartilhados entre membros de facções do Ceará revelaram que as ordens para as ações criminosas partiram de presidiários.
As mensagens chegaram até as autoridades após a apreensão de 407
aparelhos de celulares nas unidades prisionais do estado, no dia 6 de
janeiro. Agentes penitenciários apreenderam 2,3 mil celulares nos presídios cearenses durante os ataques.
Conforme a Secretaria da Administração Penitenciária, também foram
recolhidas das unidades prisionais aparelhos de televisão e materiais
ilícitos, como armas brancas e drogas.
Reforço policial
Devido à onda de ataques, o Governo do Ceará convocou mais de 1,2 mil
policiais da reserva para reforçar a segurança nas ruas. Além disso, o
Ministério da Justiça enviou um reforço de 355 agentes da Polícia
Rodoviária Federal (PRF) para o estado. Tropas da Força Nacional também
seguem reforçando as ações no estado.
Uma megaoperação para combater ataques no Ceará capturou 42 pessoas na madrugada de sábado.
A operação, nomeada Contra-ataque, foi deflagrada para combater a
onda de ataques no estado. Além disso, 11 armas de fogo e 4,36 kg de
drogas foram apreendidas, segundo a Secretaria de Segurança do Ceará.
Nesta segunda-feira, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio
Moro, assinou uma portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU)
autorizando o envio de agentes da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP) para dar apoio ao estado do Ceará. O grupo deve permanecer por 45 dias no estado, a contar do dia 14 de janeiro.
Fonte:G1 CE
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