Proposta com novas regras de aposentadoria deve chegar nesta semana à Câmara Municipal; contribuição de aposentados é impasse.
O projeto de lei complementar que estabelece as novas regras de aposentadoria dos servidores públicos de Fortaleza está sendo finalizado e deve ser enviado à Câmara Municipal nesta semana. Após diálogo com sindicatos, a Prefeitura recuou e decidiu manter a licença prêmio e o anuênio - pontos que eram alvo de polêmica com a categoria. No entanto, a cobrança da taxa previdenciária para os aposentados gera divergências.
De acordo com a Prefeitura, o objetivo da reforma é se adequar às novas regras de aposentadoria dos servidores públicos federais, aprovadas em 2019 pelo Congresso Nacional, que estabeleceu um prazo para estados e municípios alterarem seus sistemas previdenciários.
No entanto, desde que a primeira proposta tratando sobre reforma da Previdência foi enviada para a Câmara Municipal, servidores têm se manifestado contra. A emenda à Lei Orgânica chegou a ser retirada de tramitação para buscar um consenso com a categoria antes da votação.
Depois de aprovada, a Prefeitura iniciou uma rodada de negociação com sindicatos para debater o projeto de lei complementar que vai trazer as mudanças em definitivo na aposentadoria dos servidores municipais.
Vereadores de oposição chegaram a defender um adiamento das discussões, por conta do lockdown em vigor para tentar frear a disseminação do novo coronavírus, mas reuniões virtuais foram continuadas.
Depois de aprovada, a Prefeitura iniciou uma rodada de negociação com sindicatos para debater o projeto de lei complementar que vai trazer as mudanças em definitivo na aposentadoria dos servidores municipais.
Vereadores de oposição chegaram a defender um adiamento das discussões, por conta do lockdown em vigor para tentar frear a disseminação do novo coronavírus, mas reuniões virtuais foram continuadas.
Reforma da Previdência de Fortaleza
Licença Prêmio e anuênio
Segundo o líder do prefeito na Câmara, vereador Gardel Rolim (PDT), a proposta que será enviada é "mais dialogada" com os sindicatos e deve chegar nesta semana ao Legislativo. Um dos principais avanços, diz ele, foi sobre a licença prêmio e o anuênio. A Prefeitura recuou de mudanças e vai manter as regras atuais desses benefícios.
A licença prêmio é uma folga de três meses dada aos servidores a cada cinco anos trabalhados. A Prefeitura vinha propondo diminuir essa licença para um mês de folga a cada seis anos trabalhados. Já o anuênio é uma gratificação de 1% dada ao servidor por cada ano trabalhado, a partir de 25 anos de serviço público. A Prefeitura queria diminuir a gratificação para 0,25%.
Conseguimos avançar muito, muito nas propostas. Muitos pontos discutidos com os sindicatos foram aceitos pelo Governo. A proposta vai mais dialogada com os sindicatos. Agora, a Prefeitura está finalizando o projeto e, chegando na Câmara, vamos abrir diálogo no Parlamento, disse o líder do prefeito na Câmara Municipal, vereador Gardel Rolim (PDT).
Alíquotas da contribuição
A proposta vai trazer mudanças na alíquota de contribuição previdenciária paga pelos servidores municipais. Tantos os servidores como a Prefeitura contribuem para o fundo previdenciário usado para pagar aposentados e pensionistas. No total, o Município de Fortaleza possui:
43.941Total de servidores públicos em Fortaleza
Aposentados e pensionistas
Servidores ativos
Atualmente, a Prefeitura paga uma contribuição previdenciária de 22% e o servidor paga uma contribuição de 11% em cima do seu salário. A proposta prevê que a alíquota paga pelos servidores ativos aumente para 14% e que o mesmo percentual seja cobrado dos aposentados.
Esse ponto tem gerado divergência com a categoria. A presidente do Sindicato Unico dos Trabalhadores Em Educacão do Ceará (Sindiute), Ana Cristina Guilherme, critica o aumento da taxa para os aposentados.
Divergências
Atualmente, os aposentados no Município pagam a contribuição de 11% sobre os proventos totais, mas a Prefeitura compensa com um abono salarial no mesmo valor, o que na prática não impacta os inativos.
Na proposta em finalização, o abono seria retirado. O líder do Governo afirma que a taxação dos servidores inativos está prevista na Constituição Federal.
Em 2003, durante o governo do ex-presidente Lula (PT), o Congresso Nacional aprovou uma reforma da Previdência que padronizou em todo o País a contribuição previdenciária para os servidores em 11% e institiu a cobrança da taxa para os aposentados.
Regras de transição
O projeto de lei complementar vai trazer outras mudanças, como na idade mínima. Hoje, mulheres se aposentam com 55 anos de idade e 30 anos de contribuição, e os homens se aposentam com 60 anos de idade e 35 anos de contribuição.
Segundo o líder do prefeito, será criada uma regra de transição com um sistema de pontuação.
Capitalização
Outra mudança que a Prefeitura vai propor no projeto de lei complementar é a criação de um fundo previdenciário exclusivo para os novos servidores, que funcionará em regime de capitalização.
A capitalização é uma espécie de poupança que o trabalhador faz para garantir a aposentadoria no futuro. Nesse modelo, o dinheiro que o servidor paga de contribuição previdenciária é investido no mercado, individualmente.
Esse fundo capitalizado vai servir somente para bancar a aposentadoria dos novos servidores que ingressarem na administração pública municipal.
Previdência complementar
Segundo o líder do prefeito, Gardel Rolim, o dinheiro com o qual o servidor vai contribuir a mais irá para uma conta pessoal, como uma previdência privada. O percentual de contribuição vai ser escolhido pelo servidor e o Município vai contribuir com o mesmo valor.
Fonte : Diário do Nordeste
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