Em vistas de aumentar a garantia de segurança
pública na cidade, a prefeitura de fortaleza deve implantar até agosto deste
ano o plano municipal de proteção urbana. O projeto foi apresentado ontem, na
câmara municipal, pelo prefeito em exercício de fortaleza, moroni torgan. Uma
das diretrizes do plano é a implantação de células de proteção
comunitária, por meio das quais a intenção é intervir em regiões mais
críticas da cidade no que diz respeito a falta de segurança. Moroni não
descartou a possibilidade de a guarda municipal usar armas letais.
De acordo com moroni torgan, que substitui
roberto cláudio enquanto este realiza viagens oficiais a cidades da europa, a
expectativa é que sejam instaladas 15 células neste ano, chegando a 30 até o
fim de 2018. As áreas serão escolhidas conforme o índice de criminalidade e as
primeiras a receber os novos equipamentos serão nos bairros jangurussu e barra
do ceará, o que deve ocorrer em agosto.
O plano visa instalar torres de vigilância com
dois guardar municipais, que contarão com imagens de uma série de câmeras. As
torres servirão como base de apoio para equipes compostas por 30 guardas
municipais e dez policiais militares, que atuarão durante 24 horas. Torgan
prevê que o tempo de resposta das equipes aos crimes deve ser reduzido com a
ajuda das imagens.
Nós vemos as dificuldades, muitas vezes, de
conseguir essa resposta. Às vezes, leva 30, 40 minutos. Queremos baixar para
cinco minutos, explica o vice-prefeito, apontando ser este o padrão
internacional.
Entretanto, a intenção é não atuar apenas na
repressão - que ele atribui como função da pm e espera que seja cirúrgica. De acordo com o vice-prefeito, o foco será na prevenção. não queremos ir lá para prender o criminoso. Queremos ir lá para evitar
que alguém vire criminoso, diz.
Segundo ele, a intenção é atuar em três níveis de
prevenção. O primeiro trataria de ações de urbanização, lazer e iluminação. O
segundo, de atividades culturais e esportivas. E, por fim, o terceiro abraçaria
a vigilância. Esta, se dará com diversas ferramentas, que incluem rondas e até
mesmo veículos aéreos não-tripulados, popularmente conhecidos como drones.
De acordo com a proposta apresentada, os agentes
lotados nas células farão rondas em diferentes perímetros. Uma ronda, formada por
uma dupla de guardas a pé, cobrirá um raio de três quarteirões. Uma segunda
terá três guardas em motocicletas e armados com armas não-letais, cobrindo nove
quarteirões. Finalmente, pms motorizados patrulharão 14 quarteirões, fortemente armados, segundo as palavras de Moroni.
Afirma ainda que as rotas serão sorteadas por
computador para evitar que os criminosos ajustem sua rotina a elas. "o
bandido e, para dizer a verdade, os policiais e guardas não saberão por onde a
patrulha vai passar", declara. Nas áreas mais perigosas, drones devem dar
apoio aos agentes. Cada célula patrulhará de 190 a 200 quarteirões.
Será criado também um aplicativo para smartphones
e tablets por meio do qual a população poderá fazer denúncias, identificando-se
apenas para quem a recebe, o que servirá para evitar trotes. A comunidade
também poderá participar oferecendo acesso dos agentes às câmeras que
eventualmente tiverem em seus comércios, conforme destacou Moroni.
A proposta prevê ainda a criação de um conselho municipal de proteção urbana, órgão colegiado que indicará
diretrizes e prioridades para o plano, com representantes de órgãos da união,
estado e município, além do poder judiciário e do ministério público.
Armamento
Durante debate com os vereadores, moroni não
descartou a possibilidade de equipar a guarda municipal com armamento letal. não está encerrado esse debate, afirma. De acordo com o titular
temporário do paço municipal, a administração aguarda a conclusão de um estudo
sobre o tema, o que deve ocorrer até agosto. será um estudo muito
profundo, porque o prefeito não quer errar, diz.
Moroni afirmou que, pessoalmente, é a favor de
armar os profissionais. Para ele, há situações em que o uso do armamento letal
é adequado e, outros, em que não o é. A questão de armar ou não a guarda
municipal foi um dos grandes debates da campanha municipal de 2016.
O prefeito roberto cláudio tem mostrado
resistência à ideia. Já reeleito, o prefeito voltou a afirmar que não está convencido
que armar a guarda municipal seja uma estratégia válida para o combate à
violência nas ruas da cidade.
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