Resultado de projeto piloto foi apresentado, ontem, junto com cronograma dos novos Ecopolos da cidade.
A iniciativa que acontece desde o dia 26 de agosto consiste na
remuneração de carroceiros em troca de e-dinheiro, podendo ser
convertido em reais ou utilizados em estabelecimentos cadastrados pelo
Banco Palmas
( Foto: Reinaldo Jorge).
Nos dez primeiros dias de atuação do projeto e-carroceiro, 48 toneladas
de resíduos foram coletados, gerando uma renda de R$ 1 mil para os
carroceiros. Os resultados preliminares foram apresentados pelo prefeito
Roberto Claudio, na manhã de ontem, durante coletiva de lançamento dos
projetos que integram o Plano de Ações de Resíduos Sólidos de Fortaleza.
A iniciativa, que consiste na remuneração de carroceiros em troca de
e-dinheiro e podendo ser convertido em reais ou utilizados em
estabelecimentos cadastrados pelo Banco Palmas, está sendo aplicada
desde o dia 26 de agosto no eixo do primeiro Ecopolo de Fortaleza,
localizado na Avenida Leste-Oeste. Neste período, 13 carroceiros
operaram diariamente em parceria com o projeto.
Roberto Cláudio reforçou que a estratégia é um modo de colaborar tanto
com a questão do descarte irregular quanto como uma política financeira.
"Grande parte dos carroceiros ganha a vida hoje recolhendo entulhos de
reformas de casa, de reformas comerciais ou lixo de grandes geradores.
Mas o carroceiro para ter uma renda extra, coleta ali e muitas vezes
joga no canteiro central, nas calçadas, provocando a proliferação de
lixões. A nossa ideia é dar um incentivo monetário, vamos expandir nos
ecopolos criados para que o carroceiro tenha uma renda e para levar esse
lixo para dentro do ecoponto", afirmou.
A meta da Prefeitura é, até o final de 2017, chegar a 50 unidades de
ecopontos, sendo três instaladas no mês de setembro - nos bairros
Mondubim e Damas - e cinco no mês de outubro - Quintino Cunha,
Parangaba, Guararapes, São João do Tauape e Parque Dois Irmãos. Até o
fim da gestão, está previsto a instalação de 119 pontos, sendo um para
cada bairro da Capital.
Cronograma
O próximo ecopolo será lançado na segunda-feira (11), na Avenida
Monsenhor Tabosa, segundo a Pasta. O planejamento também prevê a
instalação de mais uma unidade no Dendê, em novembro, além da Varjota e
nas proximidades do Rio Maranguapinho, no início do próximo ano.
Dentre as medidas adicionais, há a instalação de um aplicativo de
fiscalização e monitoramento da coleta particular de resíduos. A
ferramenta, disponibilizado em smartphones, permitirá que moradores
agendem com coletores credenciados o horário adequado para que o lixo
seja retirado das residências. A ferramenta estará disponível para
funcionar em conjunto com o ecopolo da Monsenhor Tabosa.
Durante a divulgação dos projetos, Roberto Cláudio divulgou, ainda, ter
mantido conversas preliminares com uma empresa chinesa no intuito de
viabilizar a instalação de uma usina de médio porte para o tratamento de
lixo até 2020. Durante a viagem, realizada no dia 1º de setembro, o
chefe do executivo municipal participou de um fórum com representantes
de empresas que estruturam Parcerias Público-Privada (PPP).
De acordo com o prefeito, atualmente existem 18 plantas do projeto
instaladas ao redor do mundo, responsáveis por incinerar o lixo, evitar a
emissão de poluentes e produzir energia e materiais de construção, que
podem ser utilizados em obras públicas e privadas. A menor fábrica do
gênero, conforme afirmou o prefeito, incinera diariamente mil toneladas
de lixo por dia.
Apesar da fase inicial do diálogo, Roberto Cláudio garantiu que há
indicativo positivo das duas partes para dar continuidade à negociação. Há o interesse da cidade e dos chineses, possivelmente se viabilize até
mesmo um financiamento via banco do Brics, para poder fazer este
arranjo da PPP. Se haverá necessidade ou não da lei ser alterada, vai
depender do arranjo escolhido. Nós podemos muito bem utilizar o atual
regime de concessão do município para não ter nenhuma mudança no marco
regulatório, para poder viabilizar essa nova usina", pontua.
O prefeito classifica o modelo onde se prioriza o aumento da coleta sem
a instauração de novas ações insustentável financeiramente e uma medida
contra-pedagógica para a população. Eram dedicados, segundo detalha,
cerca de R$ 220 milhões ao ano apenas para as coletas, sendo retidos,
por mês, 50 mil toneladas de lixo. Apesar do crescimento anual de 2% da
coleta domiciliar e de 17% da coleta complementar - este último
realizadas em lixões, canteiros e outras localidades - o cenário na
cidade não era revertido de modo substancial.
Fonte: Diário do Nordeste