A
policial Leidiane Florêncio da Silva, 34, tem desde 2013 os dias de folga na
semana preenchidos com as atividades acadêmicas do curso de graduação à
distância no Instituto Universidade Virtual, da Universidade Federal do Ceará
(UFC). A carreira na Polícia Militar foi simultânea à graduação em Letras -
Português, continuada em meio às viagens pelo Estado. “Quando eu passei no
vestibular, trabalhava no Interior e não tinha condições de ir à aula todo dia.
A policial Leidiane Florêncio da Silva, 34, tem desde 2013 os
dias de folga na semana preenchidos com as atividades acadêmicas do curso de
graduação à distância no Instituto Universidade Virtual, da Universidade
Federal do Ceará (UFC). A carreira na Polícia Militar foi simultânea à
graduação em Letras - Português, continuada em meio às viagens pelo Estado.
“Quando eu passei no vestibular, trabalhava no Interior e não tinha condições
de ir à aula todo dia. Com a educação a distância, consegui adequar e foi muito
confortável”, diz. A estudante integra uma estatística que só cresce: o Censo
de Educação Superior de 2016 contabilizou quase 1,5 milhão de matrículas em
cursos de graduação a distância.
O censo da Associação Brasileira
de Educação a Distância (Abed) indica que o número de novas instituições
ofertando EAD aumentou 22%, enquanto a dos que oferecem educação em geral
cresceu 4%. “A maior barreira da EAD, segundo o diretor do Instituto UFC
Virtual, Mauro Pequeno, ainda é a adaptação das pessoas a um modelo que rompe
com o tradicional. O professor está acostumado àquele tipo de aula em sala, e o
aluno está acostumado a receber. Na EAD tem que participar, ser ativo, ter
disciplina.
Leidiane lembra que a sua
primeira cadeira da graduação foi baseada nessa familiarização com o
aprendizado online. Além do acompanhamento de professores na plataforma
virtual, é possível buscar auxílio presencial nos polos fixos do Instituto. No
começo é um pouco assustador, você se vê fora do ambiente de sala, mas tendo
que estudar. Aí você começa a ver que dá para acompanhar bem as aulas. Se fizer
o comparativo, estamos no mesmo ou maior padrão (do curso presencial), porque
tem que estar determinado para estudar e não perder o foco, frisa ela.
Hoje, as
viagens de Leidiane cessaram, mas o serviço consiste em turnos de 14 e 10 horas
sucessivas, com folga de dois dias. Na EAD não falto aula e ajusto o meu
horário, porque ainda tenho dois filhos.
Os diplomas
de educação à distância valem da mesma forma que os de cursos presenciais e,
com as recentes mudanças do Ministério da Educação (MEC) na legislação, o
preconceito tende a ficar cada vez mais para trás.
Instituições bem avaliadas têm autorização prévia
para implantar, pelo menos, 50 novos polos por ano com o decreto 9.057 e
portaria nº 11/2017, publicado no fim de maio de 2017. Um curso a distância
pode ser ofertado mesmo sem curso presencial equivalente nesta instituição. Há
cursos que realmente não precisam de encontros presenciais, têm mais leituras,
como Filosofia, História. Pode dar totalmente a distância, você pode suprir
essa necessidade do diálogo usando ferramentas tecnológicas, web chat,
videoconferência, avalia Mauro Pequeno.
A coordenadora de polo EaD da Estácio na Parangaba,
Divianny Vieira da Silva Fontes, analisa o público desse ensino. “São pessoas
que atuam na área de segurança pública, mas querem a graduação para melhorar a
carreira. Pessoas que estão há muito tempo sem estudar, que não têm como vir
todos os dias à unidade. Às vezes trabalham embarcados, são atletas que viajam,
que precisam dessa flexibilidade que a EaD disponibiliza, de poder estudar a qualquer
hora em qualquer lugar, enumera.
Fonte: O Povo