quarta-feira, 27 de julho de 2016

Fiação solta afeta ruas e avenidas de Fortaleza

Além da perda na qualidade paisagística, o emaranhado de fios pode ocasionar acidentes.

A desorganização e a falta de manutenção de cabos das redes elétricas e de telecomunicações em Fortaleza continua a ser um problema no cotidiano do fortalezense. Tanto em avenidas principais e de grande fluxo, como em ruas menos movimentadas, sejam em áreas nobres ou em bairros periféricos, não é incomum observar fios soltos ou dispostos ao alcance da população, de maneira a representar riscos.
Um exemplo disso foi a situação denunciada pelo taxista aposentado Francisco Moreira de Freitas, na Rua B do bairro Parque Dois Irmãos, em frente ao Posto de Saúde Vicentina Campos. Segundo ele, há mais de seis meses, quando foram iniciados serviços de manutenção no local, a população convive diariamente com a fiação solta.
Partes dos fios estão sobre a calçada do posto ou suspensas sobre árvores. Outro fio, que deveria estar conectado a postes em lados opostos da rua, está quase encostando no chão depois que foi derrubado ao ficar preso em um caminhão. Antes do incidente, esta fiação já estava presa em uma altura diferente, mais baixa. Desde então, automóveis e motocicletas que passam no local precisam desviar do local, para não prender ou encostar no cabo solto.
Freitas afirma já ter entrado em contato tanto com a Coelce, que alegou que a fiação não é elétrica, mas de telecomunicações e pertencente à operadora Oi, que o aposentado também disse ter contatado, ressaltando que equipes desta empresa estiveram diversas vezes no local, mas nunca corrigiram a situação. "A Oi vem e não resolve nada. Não sei se é falta de manutenção, de material. Mas nessa rua tem muita criança à tarde. Os carros ficam desviando dos fios, é arriscado até atropelar alguém ou uma moto ficar presa", conta o aposentado.
Fiação subterrânea
Assim como no Parque Dois Irmãos, o emaranhado de fios de energia e de telecomunicações disposto pelos postes da Capital, mesmo em bairros mais nobres, é uma questão recorrente. No Centro de Fortaleza, outro ponto onde o excesso e a desorganização dos fios é questionado, sobretudo pela coexistência do problema com o patrimônio histórico da cidade, ainda não há previsão para o início da troca pela fiação subterrânea, anunciada em 2014 pela Prefeitura com o pacote de requalificação do Projeto de Valorização e Ampliação da Infraestrutura e Atividade Turística de Fortaleza (Provatur).
Em outros pontos da Capital, conforme a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinf), estão previstas mudanças apenas para os trechos onde está sendo feita a requalificação da mobilidade urbana, como nas proximidades dos viadutos Celina Queiroz e Reitor Martins Filho, no Cocó, na Avenida Monsenhor Tabosa, na Praia de Iracema, onde a fiação subterrânea já vem sendo implantada conforme as intervenções vão sendo concluídas.
Sem prazos
A Seinf informou, por meio da assessoria de comunicação, sem detalhar prazos, que a canalização subterrânea de parte da fiação existente está sendo em outras obras mais recentes em áreas nobres da Capital, como o túnel da Avenida Engenheiro Santana Junior, a Avenida Aguanambi, Avenida Santos Dumont, Avenida Beira Mar e o polo Gastronômico da Varjota, sendo estas duas últimas obras, conforme a Seinf, de responsabilidade da Secretaria de Turismo de Fortaleza (Setfor).
A Pasta garantiu também que em toda nova obra, será incluso o projeto de fiação subterrânea. Entretanto, não foram mencionados projetos de reordenamento da fiação para bairros periféricos de Fortaleza. Sobre os fios soltos no Parque Dois Irmãos, através de nota, a assessoria de imprensa da Oi informou que uma equipe técnica seria enviada ao local para verificar e readequar os cabos da operadora mencionados. A companhia acrescentou que realiza regularmente a manutenção de sua rede telefônica e recebe solicitações de reparo realizadas por consumidores e entidades públicas através do canal de atendimento.
Projeto de lei em tramitação prevê ordenamento
O Projeto de Lei Ordinária de Ordenamento dos Elementos que Compõem a Paisagem Urbana, que atualmente tramita na Câmara Municipal e que foi elaborado através da Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) em 2014, prevê a regulamentação da fiação aérea em Fortaleza e ainda não está em vigor.
O projeto proibe a instalação de redes de fiação aérea em vias expressas, vias paisagísticas, faixas de praias, orla marítima, área de interesse ambiental, área de interesse histórico-cultural, zona central e dentro das poligonais de tombamento de imóveis tombados pelo Município, Estado ou União, dando às concessionárias de serviços públicos de energia elétrica, telefonia e similares que tiverem rede de fiação instaladas nesses locais o prazo de até 5 anos para a substituição pela rede subterrânea.

Fonte: Diário do Nordeste
 

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