O Governo do Ceará apresentou, na manhã de ontem,
o plano de segurança dos recursos hídricos que define as ações de racionamento
de água para Capital e Região Metropolitana de Fortaleza. O documento com as
ações de racionalização - adiantado pelo Diário do Nordeste na edição dessa
terça-feira (26) - deve entrar em vigor após aprovação da Agência Reguladora de
Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará (Arce) e da Autarquia de
Regulação, Fiscalização e Controle de Serviços Públicos de Saneamento Ambiental
(Acfor), em um prazo de 30 dias. "Chegarei a fechar o abastecimento da
termelétrica se for preciso. Isso não ocasionará nenhum problema de energia ao
Estado", acrescentou o governador Camilo Santana.
Conforme o presidente da Companhia de Água e Esgoto
do Ceará (Cagece), Neuri Freitas, a expectativa é que até o fim do dia de hoje
seja entregue o documento aos órgãos reguladores. "O plano está concluído.
No documento, estamos concentrando mais do problema da Capital e Região
Metropolitana de Fortaleza. Mais tardar em setembro, o plano entrará em
vigor".
Ainda segundo o gestor, serão fiscalizadas áreas
com grande incidência de fraudes nos registros de água. "Nós temos fraudes
em medidores de água em qualquer bairro de Fortaleza. Inclusive Aldeota, Messejana.
José Walter e Bom Jardim. Alguns locais com mais e outras com menos". O
órgão irá priorizar as ações fiscalizatórias em regiões com maior nível
populacional e consumo de água.
O presidente do conselho diretor da Arce, Adriano
Costa, destacou que o material deve ser analisado por uma equipe técnica da
órgão em um prazo de 30 dias. "Acredito que até meados de setembro
tenhamos um definição. Todo esse processo será analisado. Passando por
audiência pública para alertar a sociedade sobre a urgência do que está
acontecendo. A regulação é gradativa devido a condições climáticas",
declarou.
Adiantada na edição de terça-feira do Diário do
Nordeste, as medidas que devem ser adotadas pelo o Estado estão o aumento da
meta de economia de água no Ceará, de 10% para o total de 20%. O cliente da
Cagece que não reduzir em 20% o consumo de água pagará uma tarifa de 120% sobre
o valor não reduzido. "Nós vamos economizar um mês de água. De 60 a 90
dias, nós vamos avaliar se a gente mantém essas ações do plano e se serão
necessárias ações mais drásticas", afirmou o chefe do Executivo Estadual.
Também foram anunciadas perfuração de poços em prédios públicos. "O
montante arrecadado com tarifa irá cobrir custos e investimentos decorrentes da
situação de escassez hídrica e nas ações de redução de perdas", diz
Camilo.
Outra ação colocada para Fortaleza e RMF
contempla o reforço no combate a perdas de água, por meio do qual equipes
fardadas atuarão, a partir de agosto, na procura por vazamentos e fraudes,
fiscalizando lava-jatos, lavanderias e marmorarias.
Ações
Além disso, haverá a inserção de 96 equipes
distribuídas entre as duas ações, com benefício de 200 litros por segundo.
Enumeram-se 200 intervenções a serem realizadas na construção, abertura de
novos poços, limpeza e instalação dos já existentes, além da análise de vazão e
qualidade dos equipamentos. A prioridade será de áreas com abastecimento
crítico, a exemplo das mais elevadas e que caem nas pontas de rede, além de
equipamentos públicos de saúde, de educação e de segurança.
Até outubro, serão realizadas perfurações de 42
poços no Cumbuco e Pecém, com vazão de 10 a 25 m³ por hora; o aproveitamento do
sistema hídrico do Cauípe, com benefício de 300 litros de água por segundo; o
aproveitamento do Açude Maranguapinho; e a instalação da adutora de água
tratada para reforço do abastecimento de Aquiraz. Encontram-se entre as ações a
implantação do sistema de reúso da água de lavagem dos litros do ETA Gavião,
assim como a instalação do sistema de captação pressurizada no Gavião. Será
implementada pelo Estado a campanha "Cada Gota Conta", para alertar a
população sobre uso consciente da água. Conforme Camilo, 10 ações vão
economizar 1.000 litros por segundo.
Ações de economia
1. Revisão da tarifa de contingência
2. Redução da oferta de água em 20% para
indústrias da RMF
3. Reforço no combate às perdas
4. Poços em equipamentos públicos e áreas
críticas de abastecimento
5. Perfuração de poços no Pecém
6. Aproveitamento do sistema hídrico do Cauípe
7. Aproveitamento do açude Maranguapinho
Fonte: Diário do Nordeste
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