Fortaleza pulou de zero para 504 casos. Os números são da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa).
Rui de Gouveia, explica que não há um nexo causal entre o lixo acumulado
e o aumento das notificações de DDA, mas ele explica a correlação
existente.
Foto: Saulo Roberto
A Doença Diarreica Aguda (DDA) conhecida erroneamente como virose da mosca já registrou 11.106 casos, no Ceará, de acordo com nova planilha de doenças de notificação compulsória da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (Sesa). O documento é referente ao período de 06 a 12 de janeiro deste ano. Com a atualização, o número de casos cresceu 123% - pulando de 4.971 para 11.106 notificações.
De acordo com informações publicadas na planilha da Sesa, o Ceará
registrou um surto de DDA, no município de Maranguape em 2019. Apesar do
fato, a coordenadora da Vigilância em Saúde do Ceará, Daniele Queiroz,
explica que esse surto não vai conseguir dimensionar a importância
epidemiológica que estamos vivendo com essa doença. A DDA causa,
principalmente, problemas intestinais como diarreia. Náuseas, vômito, febre e dor de cabeça também podem ser sintomas da doença.
Apesar do apelido, a doença não é transmitida pela mosca. O contágio da virose é através do contato interpessoal,
seja ele direto ou indireto. Por isso, a principal forma de evitar a
doença é reforçar a atenção aos hábitos saudáveis de higiene (lavar as
mãos, os alimentos, utilizar álcool em gel etc.).
Além da pré-estação das chuvas, outra situação, especialmente em Fortaleza, liga o alarme para o aumento do contágio. Com o acúmulo de lixo nas
ruas da Capital, a presença das moscas é ainda maior. Com isso, a
população tem relacionado a grande quantidade de lixo jogada nas vias
públicas com as centenas de casos já registrados da virose da mosca.
O coordenador da Atenção Primária à Saúde de Fortaleza, Rui de
Gouveia, explica que não há um nexo causal entre o lixo acumulado e o
aumento das notificações de DDA, mas ele explica a correlação existente. A grande maioria das DDAs é causada por vírus. Entretanto, no lixo,
você encontra uma grande proliferação de bactérias. Naquele lixo, não tem nenhum vírus vivo porque as condições do lixo não permitem, enfatiza o especialista.
Contudo, ele revela que as bactérias conseguem se proliferar no lixo,
como por exemplo, nas fezes de cachorro e comida presentes. Quando a
mosca pousa naquelas fezes, a bactéria vai aderir as patas da mosca. E
se aquela mosca voar e pousar em alguma comida, a bactéria vai para o
alimento, que fica contaminado. A bactéria vai se multiplicar, vai
produzir toxinas, e as toxinas vão causar doença diarreica aguda,
complementa Rui sobre a correlação. O especialista sugere ainda que os
alimentos sejam refrigerados para evitar a proliferação bacteriana.
Em relação aos modos de evitar a DDA, higiene é a principal alternativa, porém, uma vacina auxilia
os hábitos higiênicos na missão de proteger a população contra a virose da mosca. Contudo, a DDA é causada por mais de um tipo de
vírus, além das bactérias.
O rotavírus causa a DDA, e nós temos uma vacina que existe no calendário vacinal normal do Ministério da Saúde, e que ajuda a prevenir, a doença diarreica aguda, que inclusive é uma das mais graves, completa Rui.
Contudo, ele explica que existem outros vírus que também causam a
DDA. Echovirus, Coxsackievirus, Adenovirus. Todos podem causar DDA,
entretanto, o que causa a mais grave é o Rotavírus, complementa o
especialista.
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